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Cleisa Rosa

“Direitos do Morador de Rua um guia na luta pela dignidade e cidadania”


Depois de quase dois anos de trabalho conjunto entre organizações e pessoas em situação de rua, foi lançada a cartilha de direitos humanos da população de rua, no dia 9 de agosto de 2010, em Belo Horizonte, numa ampla varanda, localizada no andar superior do prédio da Procuradoria-Geral da Justiça. Esse espaço público se transformou numa grande festa, alegre, acolhedora e musical.

A apresentação do auto do “Boi Esperança” deu a dimensão da importância desse evento aberto festivamente por pessoas com trajetória de rua e por catadores de materiais recicláveis. A realidade se misturava, por assim dizer, a um sonho: a esperança de que direitos e felicidade estejam ao alcance de todos e nas palavras de Alexandre Camargo Bella, artista que se apresentou, “esperança de que todos tenham casa para morar, comida para comer, caderno para estudar e muita, muita e muita folia de boi porque o amor que se planta agora, ele vem depois”.

Essa intervenção cultural foi o resultado da união de três grupos; um deles, o Karecoragem, constituído a partir de oficinas realizadas, em 2004, pela Pastoral de Rua de Belo Horizonte com catadores de materiais recicláveis da Asmare. Outro grupo, a Oficina de Cultura Popular Brasileira, ligada à Prefeitura de Belo Horizonte dirigida pela atriz e educadora social Paula Nunes. Esses dois grupos e outro denominado “Para Dançar”, dirigido por Dimir Viana, educador e diretor de teatro participaram em vários momentos do lançamento da cartilha. Segundo Dimir, educação e arte têm um poder transformador na vida das pessoas”.

Para Anita Gomes dos Santos do MNPR “a cartilha é um grande marco porque através desse documento poderemos comprovar que somos cidadãos respeitáveis e com o MP abraçando essa causa, começamos a perceber que nossos direitos estão sendo reconhecidos como cidadãos brasileiros que somos”.

“Esse é um momento de visibilidade porque a cartilha atinge a sociedade para que ela veja a situação de rua com outros olhos e, também, o poder público sensibilizando-o para ações apropriadas à realidade da população de rua”, disse Sérgio Carvalho Borges do Movimento Aquarela da População de Rua de Porto Alegre, que esteve presente ao evento.

Segundo Samuel Rodrigues do MNPR, “essa cartilha é, pra nós da rua, uma grande vitória, uma grande conquista, uma coisa bem palpável, concreta, pela luta, pela articulação, pelas pessoas que se envolveram na construção dela, daí ela  ter esse valor todo!  


Leandro Albano

 Trindade é catador, artista, mobilizador social e integra o grupo Karecoragem.




Edição N° 190 - Agosto de 2010

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